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segunda-feira, dezembro 05, 2005

Não dormi com a beleza toda a vida
fazendo inconfidências a mim próprio
dos seus encantos planturosos

Não, não dormi com a beleza toda a vida
mas com ela menti
fazendo confidências a mim próprio
de como ela nunca morre
mas jaz à parte
no meio dos aborígenes
da arte
e paira por cima dos campos de batalha
do amor

Está acima de tudo isso
muito acima
Está sentada no mais selecto dos assentos
da Igreja
lá em cima onde os administradores da arte marcam encontros
para escolherem o que há-de ficar para a eternidade
Eles, sim, dormiram com a beleza
durante toda a vida
Eles, sim, alimentaram-se da ambrósia
e beberam o vinho do Paraíso
e por isso sabem exactamente como é que
uma coisa bela é uma alegria
para sempre e para sempre
e como é que ela nunca nunca
pode inteiramente desvanecer-se
num nada que leve à bancarrota

Oh não, nunca dormi
em Regaços de Beleza como esses
receando levantar-me de noite
com medo de perder nesses segundos
qualquer belo movimento que ela esboçasse
E contudo dormi com a beleza
à minha estranha maneira
e fiz uma ou duas cenas terríveis
com a beleza na minha cama
de onde transbordou um poema ou dois
de onde transbordou um poema ou dois
para este mundo tão parecido com o de Bosch


Lawrence Ferlinghetti


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4 Comments:

Blogger inês said...

mundo parecido com o de bosch? gosto de ver, mas estar lá dentro parece-me um bocadinho assustador!

5/12/05 12:42  
Anonymous Anónimo said...

er... eu acho q já vivo lá dentro... ;) Tm

5/12/05 17:29  
Blogger lebredoarrozal said...

eu acho que vivemos todos:)

5/12/05 22:40  
Blogger menino mau said...

ferlingheti é mto bom, sim , sim
eu gosto mto

7/4/09 04:19  

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