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quarta-feira, janeiro 31, 2007

Exactamente como foi, o medo de me enganar
mais tarde na memória - é tudo o que me resta: estar
de noite às escuras a pensar em ti

E se me lembro mal, se troco as vezes, naquela
quinta-feira o dia do amor em vez de ser
na quarta, o erro surge-me gigante,
um peso carregado como Atlas

Por isso é que preciso de lembrar coisas
exactas, como aconteceu tudo; não só
transpor depois na ficção recolhida, sou eu
que te preciso e dos teus dias
que me foram meus

Lembrar-me exactamente como foi, o que usei
nesse dia e o que usei no outro, até que horas
tudo, se havia gente ou não
e em que dia. Porque as palavras depois se
reconstroem

O que se disse então torna-se fácil.
Assim dito parece coisa pouca,
lugar comum e
fácil, mas as noites são grandes

e lembrar-se
exactamente,
de uma forma correcta

é-me tão importante
dentro das noites a pensar em ti
sabendo: não te vejo nunca mais


Ana Luisa Amaral


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4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Com sua liçenca, vou roubar este poema para pôr nas memórias dos cadernos imaginários. :)

31/1/07 11:21  
Blogger lebredoarrozal said...

claro:)

31/1/07 20:54  
Blogger Menina Limão said...

mais um belo post! ;)

(Cláudia, a suspeita do costume)

31/1/07 21:14  
Blogger bookworm said...

bela foto, lebre.

1/2/07 21:26  

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