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sexta-feira, outubro 31, 2008

desenha com a ponta dos teus dedos
as fronteiras exactas do meu rosto
as rugas os sinais a cicatriz que ficou da infância
o lento sulco das lâminas onde no peito
se enterra o mistério do amor

e diz-me
o que de mim amaste noutros corpos
noutras camas noutra pele

prometo que não choro mas repete
as palavras um dia minhas que sem querer
misturaste nas tuas e levaste
com as chaves de casa e os documentos do carro
- e largaste sobre a mesa com o copo de gin a meio
na primeira madrugada em que me esqueceste



Alice Vieira



Photobucket

2 Comments:

Blogger ana salomé said...

mais um belo exemplo de poste da alice :)

*

3/11/08 23:28  
Blogger Menina Limão said...

uau - é o que me ocorre ao ler este poema.

ouch também.

5/11/08 01:18  

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